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Outubro 2023

O Trust Fund como ferramenta legal de proteção patrimonial

By ArtigosNo Comments

Por Miusha Gerardo

Em um mundo cada vez mais complexo e globalizado, a proteção do patrimônio é uma preocupação fundamental para muitas famílias. Nesse contexto, o uso de Trust ou Trust Fund no exterior se destaca como uma estratégia legítima e eficaz para proteger ativos financeiros e preservar o legado familiar. Neste artigo, exploraremos em detalhes a legalidade de estabelecer um trust no exterior, os passos envolvidos, o papel essencial do advogado no Brasil e exemplos práticos de como os trusts podem ser usados, inclusive para pagar a faculdade dos filhos ou gerar pensão vitalícia. Além disso, discutiremos como um trust pode ser finalizado e as vantagens tributárias associadas, incluindo a alíquota de repatriação de ativos em caso de falecimento do Setlor (instituidor).

Legalidade de Estabelecer um Trust no Exterior

Antes de explorar os benefícios de um Trust Fund no exterior, é importante esclarecer a legalidade dessa estratégia. A constituição de um trust no exterior é um processo legal e amplamente reconhecido em muitos países. É essencial seguir as regulamentações e requisitos locais, bem como cumprir as obrigações fiscais em ambos os países de residência do Setlor (instituidor) e do trust.

A legalidade do trust no exterior baseia-se na soberania de cada nação em relação a suas leis fiscais e regulamentações de trust. A maioria dos países reconhece trusts estabelecidos no exterior, desde que eles operem de acordo com a lei local e cumpram todas as obrigações fiscais pertinentes.

O Brasil reconhece a legalidade de um Trust estabelecido no exterior, estabelecendo normas para o envio legais de divisas para outro país, através de instituições financeiras legitimas.

Composição do Trust

As partes que atuam no Trust são:

A) Instituidor ou Setlor É a pessoa, física ou jurídica, proprietária dos ativos financeiros que vão compor o Trust.

B) Trustee: É o gestor do Trust, e por conseguinte, dos seus ativos, podendo também ser pessoa física ou jurídica, mas em geral quem atua como TRustee são instituições financeira e/ou bancárias, ou escritórios de gestão financeira localizados no país onde se o Trust deverá ser estabelecido.

C) Beneficiário: São aqueles que receberão os dividendos ou o produto final do trust.

D) Protector: É uma figura opcional no contrato do Trust. O protector é, como o nome já diz, o protetor do Trust, pois tem o papel de fiscalizar a atuação e a gestão do Trustee e garantir que as cláusulas contratuais estão sendo obedecidas.

Passos para Enviar Dinheiro e Estabelecer um Trust Legalmente

Para estabelecer um trust no exterior, é fundamental seguir alguns passos-chave:

1. A Escolha do Trustee: O primeiro passo é selecionar um Trustee, a entidade ou indivíduo responsável por administrar o trust em nome dos beneficiários. Essa escolha é crucial, e o Trustee deve ser uma entidade confiável e com experiência em gestão fiduciária.

2. Documentação Legal: Em seguida, o Setlor trabalha com um advogado brasileiro para elaborar a documentação legal que é basicamente um contrato onde ficarão estabelecidos os termos e condições do trust. Essa documentação detalhará os ativos a serem transferidos para o trust, os direitos e obrigações do Trustee, a forma de gestão dos ativos, as condições de distribuição de ativos aos beneficiários e outros aspectos importantes.

3. Transferência de Ativos: Após a documentação ser finalizada e assinada, os ativos são transferidos para o trust. Isso pode incluir investimentos financeiros, imóveis ou outros tipos de propriedade.

4. Administração Profissional: O Trustee assume a responsabilidade pela administração dos ativos de acordo com os termos do trust, garantindo que os interesses dos beneficiários sejam atendidos.

O Papel do Advogado Brasileiro na Negociação dos Termos do Contrato do Trust

O advogado brasileiro desempenha um papel essencial na negociação dos termos do contrato do trust. Sua experiência e conhecimento jurídico são fundamentais para garantir que o trust seja estruturado de acordo com a vontade do instituidor e em consonância com as leis brasileiras, cumprindo todas as regulamentações aplicáveis. O advogado ajuda o instituidor, ou Setlor, a estabelecer os termos desejados, incluindo a definição dos beneficiários, condições de distribuição de ativos e a nomeação do Protector (procurador), se for o caso.

Exemplos de Uso de Trusts

Os trusts no exterior oferecem uma flexibilidade considerável em termos de uso. Aqui estão alguns exemplos práticos:

Pagar a Faculdade dos Filhos: Um Setlor ou mesmo um casal pode estabelecer um trust desde o nascimento de seus filhos, com a finalidade de garantir que eles tenham acesso a fundos para educação superior. Deste modo, os rendimentos do trust serão usados para cobrir as despesas educacionais.

Esse tipo de Trust é muito utilizado nos Estados Unidos da América, onde a educação primária e secundária é garantida pelo Governo, mas onde a educação superior é bastante onerosa, sendo quase impossível para a maioria das pessoas, por isso muitos pais guardam e investem dinheiro para essa eventualidade através do Trust.

Gerar Pensão Vitalícia: Um trust pode ser configurado para fornecer uma fonte de renda vitalícia para cônjuges ou outros beneficiários após a morte do Setlor.

Proteger Ativos Empresariais: Empresários podem usar trusts para proteger ativos empresariais e garantir a continuidade dos negócios.

Finalização do Trust e Vantagem Tributária

Um trust pode ser encerrado de acordo com os termos estabelecidos no contrato. Isso pode ocorrer quando os beneficiários atingem uma certa idade, quando certas condições são atendidas, quando o Setlor decide encerrar o trust ou mesmo em caso de morte. É importante observar que a finalização de um trust deve seguir os procedimentos legais e fiscais pertinentes.

A vantagem tributária associada aos trusts no exterior é um dos principais atrativos. Em muitos casos, os ativos do trust não estão sujeitos a impostos sobre herança, o que pode resultar em economias substanciais para os beneficiários. Além disso, em caso de falecimento do Setlor, os ativos do trust podem ser repatriados para o Brasil com uma alíquota especial, geralmente mais favorável do que a alíquota regular de imposto de renda. Essa repatriação de ativos é frequentemente uma opção vantajosa para os beneficiários.

Conclusão: Protegendo Seu Patrimônio e Garantindo o Futuro

A constituição de um trust no exterior é uma estratégia legal e eficaz para proteger patrimônio e garantir o futuro financeiro da sua família. É importante lembrar que a orientação de um advogado experiente é fundamental para garantir a conformidade legal e a estruturação adequada do trust.

Se você deseja saber mais sobre como o Trust pode beneficiar sua família, entre em contato conosco. Nossa equipe de advogados especializados está à disposição para discutir sua situação pessoal em maior profundidade e fornecer orientações detalhadas e específicas, que melhor se adequem ao seu caso.

 

Miusha Gerardo

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Eia, pois, advogada nossa!

By NotíciasOne Comment

No dia 3 de outubro, o Escritório Lobato Greco, Mello Porto & Leopoldo Pereira recebeu a visita da imagem de Nossa Senhora de Nazaré e do Padre Carlos, da “Capelinha de Lourdes”. O momento foi marcado pela alegria, emoção e, sobretudo, gratidão.

 

 

 

 

Bernardino Lobato Greco

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Desvio produtivo e indenização

By NotíciasNo Comments

Horas de trabalho ou mesmo de descanso perdidas na tentativa de cancelar ou alterar um plano de internet ou telefone. Praticamente todos os consumidores já passaram por isso. E com o chamado atendimento virtual o problema, em muitos casos, piorou. O poder judiciário está abarrotado de processos movidos contra os fornecedores em razão de falhas constantes e o número de reclamações parece não cair. Há várias explicações para isso, além simples má prestação dos serviços. Os processos acumulam-se devido a falta de estrutura da justiça, mas também porque ainda não houve o efetivo desestímulo à conduta dos prestadores.

Mesmo com muitas reclamações, proporcionalmente tem valido à pena o descumprimento de contratos.

A demora na solução dos conflitos é um estímulo ao mau serviço. E como poucos são os consumidores que reclamam, no “atacado” o lucro dos fornecedores é mantido.

Um novo entendimento talvez mude a cultura de passividade do consumidor. Os tribunais vêm acolhendo a tese do “desvio produtivo” como fator para indenização. Significa dizer que aquelas horas perdidas ao telefone na tentativa de resolver problemas com o fornecedor devem ser consideradas como prejudiciais ao consumidor. Tudo, evidentemente, é uma questão de bom senso. É normal levar algum tempo para obter resposta do prestador de serviços e o atendimento da demanda, como a modificação de um plano de internet, cancelamento de linha ou tv à cabo. É inadmissível, contudo, passar horas ao telefone aguardando a solução. Também é comum (e insuportável) aguardar muitos minutos em ligações que são transferidas a vários atendentes (mesmo virtuais) sem que seja dada a oportunidade de cancelar o serviço. Não raro a ligação é interrompida e a chamada “cai”.

A sensação é de desrespeito, de impotência. E cada consumidor que desiste, dá a vitória ao mau fornecedor. Mais um dia, mais uma conta para pagar.

As agências reguladoras (ANEEL, ANATEL etc.) deveriam atuar com maior compromisso ao consumidor. O Ministério Público também não têm atuado com a presteza que se espera, talvez por conta das inúmeras que a ele são dirigidas.

É o consumidor, portanto, que deve agir, procurando assessoramento jurídico e promovendo ações para obter a merecida indenização pelos danos morais injustamente suportados.

Bernardino Lobato Greco

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Servidores públicos podem ter créditos a receber

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Recente decisão do STJ acolheu a alegação de que os saldos em algumas contas individuais vinculadas do PASEP estão incorretos, em razão de saques indevidos, desfalques ou da ausência da correta aplicação dos rendimentos estabelecidos pelo Conselho Diretor do programa. A decisão está sedimentada na tese 1150 do STJ e beneficia todos os servidores públicos federais, estaduais e municipais admitidos até antes da promulgação da Constituição de 1988.

Conforme decidido pelo STJ, a pretensão ao ressarcimento dos danos havidos em razão dos desfalques em conta individual vinculada ao PASEP se submete ao prazo decenal ou quinquenal, contado a partir do dia em que o titular da conta toma ciência dos desfalques ou a data do último depósito efetuado na conta individual vinculada ao PASEP.

Aqueles que se enquadram na situação (servidor público admitido antes da CF/88) e que tiverem interesse em pleitear o ressarcimento, devem procurar seu advogado de confiança para realizar o serviço.

O escritório Lobato Greco, Mello Porto & Leopoldo Pereira já está preparado para atuar nas demandas.

Bernardino Lobato Greco

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Cuidado com as cotas

By NotíciasNo Comments

A legislação trabalhista impõe ao empregador a contratação de determinado número de trabalhadores aprendizes e portadores de necessidades especiais, de acordo com certos limites. A falta de uma regular fiscalização, somada aos dois anos de paralisação dos trabalhos por conta da pandemia de COVID, gerou uma sensação de tranquilidade e, perigosamente, relaxamento quanto ao cumprimento de regras que são fundamentais para a integração ou reintegração de certos grupos no mundo do trabalho.

Recentes decisões do Tribunal Superior do Trabalho, contudo, impuseram condenações substanciais às empresas por descumprirem as cotas. Num dos casos, o descumprimento foi temporário e corrigido antes mesmo da propositura de ação pelo Ministério Público do Trabalho. Ainda assim, a empresa foi condenada ao pagamento de indenização por “dano moral coletivo”. Mesmo sendo um dano presumido, os valores impostos nas condenações são significativos e, não raro, dificultam bastante – quando não inviabilizam – a continuidade dos serviços e manutenção da atividade econômica.

Recomendamos ao empreendedor que mantenha atenção ao cumprimento das cotas, instando a equipe do RH e também o departamento jurídico ou escritório de advocacia contratado para não ficar à margem da lei, sujeito à cominação de multas ou condenações judiciais severas.

Bernardino Lobato Greco

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